Autobiografia profissional

Minha vida, minha carreira

O sonho é o olho da vida. (Mia Couto)

E tudo começou com um sonho...

sonhei...

... em 1996 , que estava na biblioteca do SESC Pompéia, folheando um livro de fotografias com imagens de Paris, e logo comecei a caminhar dentro dessas imagens...

... tão logo despertei, concluí, que meu caminho profissional seria estudar fotografia, mas eu não tinha recursos para isso, pois tinha acabado de sair de um emprego e tinha um filho pequeno.

Um pouco perdida, mas com esse sonho na cabeça decidi investir o valor que eu tinha em uma câmera Polaroid (o que parecia uma loucura!), mas com essa câmera foi que consegui meu primeiro trabalho como "fotógrafa" em uma exposição no SESC Pompéia (Labirinto da Moda) onde fotografava as crianças e suas fantasias, assim consegui ter o valor que precisava para o meu primeiro curso de fotografia no SENAC.

Foi onde tudo começou, fiz o módulo I de fotografia e logo consegui um trabalho como assistente de fotografia no SENAC/CCA, fui fazendo outros cursos na área de fotografia, e logo surgiu a oportunidade de trabalhar na biblioteca, onde seria contratada pelo SENAC. E vi acontecer a primeira faculdade de fotografia da América Latina, onde tive a honra de colaborar para o desenvolvimento do acervo especializado em fotografia.

Fiquei muito feliz e motivada com o trabalho na biblioteca e decidi estudar biblioteconomia, durante o curso as disciplinas que mais me identificava eram Psicologia Social e Ação Cultural. Lembro que nesse período ainda não se realizava tantas ações dentro das bibliotecas, fazíamos, então, visitas em espaços culturais, como Itaú Cultural, Memorial da América Latina, Sesc entre outros.

Assim que formei tive a certeza que seguiria com a missão de transformar as bibliotecas em espaços de convívio e aprendizagem por meio da Ação Cultural.

Alcei voo do SENAC em 2002 rumo a uma longa jornada de experiências e muitos aprendizados...

Por um curto período em 2002 estive no Colégio Friburgo, já com uma proposta diferenciada, a de que os alunos poderiam usar a biblioteca como espaço de convívio e troca de informações, além de realizarem suas pesquisas, poderiam usar o espaço para desenvolver atividades culturais, como o jornal que eles criaram com meu auxílio. Com fotografias e materiais que aconteciam no colégio.

Em seguida fui para o Instituto Florestal, onde fiquei dois anos e percebi que não havia muita abertura para realizar outras atividades além do serviço técnico, mas ainda assim fiz algumas tentativas com o apoio do Museu Florestal.

Em 2004 na Casa da Cultura Francesa (Aliança Francesa), já conseguindo realizar algumas ações dentro das bibliotecas. E nesse período tive oportunidade de viajar à Paris e visitar as bibliotecas e caminhar pelas ruas fotografando (como no sonho inicial que me levou a tomar algumas decisões). Fui conhecer o Centre Georges Pompidou (o que havia de maior inovação em Centro Cultural e biblioteca), fiz visitas a muitas bibliotecas, museus e a Casa de Cartier Bresson (fotógrafo que admiro muito).

Biblioteca Jayme Cortez

E em 2006, fui trabalhar no Centro Cultural da Juventude, como bibliotecária, porém com o desenvolvimento das atividades, assumi o cargo de Gestora da Programação Cultural da Biblioteca, desenvolvendo Programas e Projetos que descrevo detalhadamente em meu currículo.

O primeiro programa que desenvolvi foi "9 e ½ semanas de literatura" , onde convidava escritores, poetas e professores para discorrer sobre os livros de literatura do vestibular, um dos convidados foi Miguel Wisnik (Link 1) .

Em seguida desenvolvi o programa "A hora e a Vez do Vestibular" com base na necessidade dos frequentadores que da biblioteca que vinham estudar para o Vestibular. Nesse programa havia, professor de redação (Escrita Criativa), sala para assistir os vídeos do vestibulando digital, palestras sobre as Universidades Públicas, palestras de como se organizar para os estudos, entre outros projetos. Tive retorno de jovens que somente frequentando a biblioteca conseguiram entrar na Universidade Pública. Esse programa se estendeu para quase todas as bibliotecas da rede da prefeitura (Links 2 e 3).

A biblioteca já funcionava a todo vapor quando fizemos a festa de reinauguração, o homenageado foi o quadrinista Jayme Cortez, pois a nossa programação de quadrinhos e o acervo de HQ´s eram muito relevantes nesse período. Para a programação desse dia convidamos Álvaro de Moya e Maurício de Sousa (conforme segue nos links 4,5,6,7)

Dentre os programas desenvolvidos, destaco os Saraus temáticos (link 8) , tiveram grande importância na formação do público da biblioteca, o Café Cultural sempre com temas escolhidos pelos participantes, com convidados artistas ou especialistas no tema, finalizando sempre com um café temático (link9).

Projeto Diálogos com artistas importantes, como por exemplo, Luís Melodia, Sérgio Dias, Jorge Mautner, Laerte, Luis Gê, Lourenço Mutarelli, João Silvério Trevisan, Franchesco Zigrino, Demônios da Garoa, Márcia Tiburi, Edy Rock (Racionais MC's), Ignácio de Loyola Brandão, Thaíde. (links10,11e12).

Rodas de leitura e Semanas Temáticas, atividades (com profissionais renomados da área), dois debates e uma oficina prática, uma exposição de materiais relacionados ao tema, dentre os temas destaco: fotografia, quadrinhos, artes visuais, loucura, literatura independente, entre outros.(link 13 e 14).

Uma das programações mais procuradas o CCJ Visita, onde a comunidade tinha oportunidade para conhecer outros espaços culturais, sempre visando a reflexão e o conhecimento (Links 15,16 e 17).

O programa Que país é Este? Programação temática do mês que trazíamos convidados e atividades relacionadas com o país escolhido, como por exemplo, o mês de Moçambique, destaque para da literatura, cultura e arte.(Links 18 e 19).

Foram seis anos de muito trabalho e dedicação à programação cultural e sempre com foco no público.

Em 2012 fui contratada para implantar e coordenar as Bibliotecas das Fábricas de Cultura, administrada pela Poiesis, estive responsável pela implantação de 5 bibliotecas desde a escolha dos mobiliários, compra de acervo e contratação dos funcionários. Desenhei uma programação diversificada atendendo a necessidade do público.

As bibliotecas das Fábricas de Cultura têm como objetivo promover o incentivo à leitura a todos os seus públicos, bem como contribuir para a formação sociocultural da comunidade. Com acesso livre e gratuito, as bibliotecas atendem crianças, jovens e adultos das comunidades do entorno, educadores e funcionários. As bibliotecas possuem um acervo dinâmico e atrativo, desenvolvendo uma série de atividades culturais com foco em diferentes públicos, com acesso gratuito à Internet e garantindo a acessibilidade a pessoas portadoras de deficiências. O cuidado na escolha do acervo e na formação das coleções de livros, CD´s e DVD´s e jogos educativos, jornais e revistas garantem uma variedade de formatos e interesses para todos os frequentadores: livros infanto-juvenis, HQs, romances, policiais, literatura fantástica, clássicos, poesia, livros de arte e biografia, de escritores nacionais e estrangeiros. O acervo é atualizado a cada três meses com uma seleção de títulos recém-lançados e premiados, que garantem uma maior atratividade do público. São mais de 30.000 títulos distribuídos entre as cinco bibliotecas que podem ser consultados no próprio espaço ou retirados para serem lidos em casa. O público frequentador é estimulado a opinar e colocar suas sugestões de livros e atividades em caixas localizadas nas bibliotecas. Como ambiente de convívio, as bibliotecas das Fábricas são um espaço de experimentação e de vivência. Por ano, acontecem aproximadamente 20 encontros com autores. Destacamos nos últimos anos a presença de Mia Couto, Adélia Prado, Daniel Munduruku, Dosho Saikawa com Heloísa Prieto, Pedro Bandeira, um dos mais notáveis autores brasileiros da literatura juvenil; André Vianco, um dos escritores com maior público na temática literatura fantástica nacional, que circularam por todas as nossas unidades; o escritor Paulo Lins e o cartunista Fernando Gonsalez, entre outros. Promovemos cerca de 300 encontros com leitores como base na narrativa, a troca cultural e a partilha de experiências. Estes encontros são realizados pelas equipes das bibliotecas ou por profissionais contratados. Entre as oficinas tivemos a de construção de máscaras africanas, bonecas Abayomi, turbantes, de cordel, escrita de cartas, contação de histórias, rodas de conversa sobre diferentes assuntos, saraus, tendas de histórias, entre várias outras. Outros destaques da programação estão nas exibições de filmes e documentários que promovem a reflexão sobre temas importantes como tolerância, diversidade sexual, meio ambiente.  A programação da Biblioteca, diversificada e altamente qualificada trouxe aos frequentadores das Fábricas oportunidades marcantes de contato, fruição e troca de experiências no mundo das letras e da palavra. Outro destaque da programação das bibliotecas foi o trabalho do grupo Mad Science, que desenvolveu atividades de encontro de leitores com o tema Estação Ciência. A atividade de contação de histórias foi enriquecida com uma parceria realizada com o "Boca do Céu", evento internacional criado por Regina Machado, que teve em cada Fábrica, uma mini edição do evento, com oficinas para aprendizes, educadores, espetáculos, roda de contadores e até uma caça ao tesouro com história. Teve igualmente boa repercussão a participação da artistas internacionais, como a Sangeeta Isvaran que levou um pouco da cultura e arte da Índia com dança, música e contação de histórias em apresentações nas 5 Fábricas. Para ampliação do universo cultural dos frequentadores das Fábricas foi fundamental a atuação das equipes internas das bibliotecas, cujo trabalho incansável viabilizou a ampliação dos resultados nos encontros de leitores e nas sessões de filmes.

Minha experiência em Portugal

Em meados de 2015 decidi embarcar em uma viagem ao Porto, Portugal. Essa viagem foi logo após conhecer e o professor José Pacheco, idealizador da Escola da Ponte e Fundador do Projeto Âncora, onde tive a oportunidade de conhecer e me encantar pela proposta.

Por indicação do José Pacheco, logo que cheguei ao Porto fui procurar conhecer o Projeto Êres, onde estava sendo implantado a metodologia da Escola da Ponte. Pude visitar a Escola da Ponte e participar de encontro com educadores e encontros com José Pacheco em Lisboa.

Desenvolvi um grupo de trabalho e pesquisa sobre educação, e participamos da Rede de Educação Sec.XXI que estão à frente de pesquisa e discussão sobre Educação. Estive em Sintra visitando escolas focadas na educação na metodologia do José Pacheco.

Fizemos  trabalhos voluntários na crechê Vicente de Paulo e desenvolvemos um projeto de permacultura para crianças no Centro de Alojamento Temporário Mãe d´Água. 

Ministrei palestras em eventos e em algumas bibliotecas.

"O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro". (Mia Couto) 

© 2017 Dolores Biruel, Bibliotecária, Consultoria em bibliotecas  
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